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ENTREVISTA

ENTREVISTA - Quinta, 24/07/2014

Fabiana Lontra – Ativista da "Marcha das Vadias"

Com machismo não vai ter revolução

Alexandre Haubrich

Arquivo Pessoal

Acredito que a Marcha das Vadias mexe muito com a consciência das pessoas, com os questionamentos que as pessoas fazem

Pelo quarto ano, mulheres em defesa de seus direitos tomaram as ruas do Brasil em 2014. A Marcha das Vadias  nome em referência à forma como um policial inglês chamou mulheres que se vestem com roupas curtas  aconteceu em diversas capitais brasileiras no dia 27 de abril. Neste ano, a Marcha teve uma razão a mais de ser: pouco antes do ato, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada divulgou uma pesquisa que aponta que 23% dos brasileiros concordam que uma mulher que usa roupas curtas merece ser agredida. O Jornalismo B conversou com Fabiana Lontra, uma das organizadoras da Marcha das Vadias em Porto Alegre.
 
Como está a articulação com os outros Estados?
Fabiana Lontra  Existe o grupo nacional da Marcha, pra que se tire coisas em comum, como a data, um pouco da questão política, mesmo. A tendência é que a Marcha se torne um pouco mais política. No começo a Marcha era uma coisa bem mais espontânea, aquela coisa de cada uma levando o seu cartaz, umas falando de aborto, outras falando eu posso usar minha sainha, outras falando de depilação, cada uma escolhia o seu tema. O que ainda acontece, o que é bom que aconteça, é um espaço muito rico. Tem muitas mulheres, inclusive eu mesma, minha primeira manifestação foi a Marcha das Vadias, porque é um lugar que realmente começa esse processo de empoderamento da mulher, pela questão da roupa, por essas coisas que acontecem diariamente com a mulher e então ela tem essa chance de falar, de extravasar, de colocar o seu cartaz na Marcha. Mas a tendência, que também é muito positiva, é que a Marcha questione mais a relação das políticas para as mulheres que o governo dá ou deixa de dá, da questão da Lei Maria da Penha, das delegacias da mulher, enfim, dessa questão mais pontual da violência, o jeito como a violência contra a mulher é tratada no Brasil, sendo que é um país que tem um dos índices mais altos de violência. A violência tá crescendo. É um país que tem uma tendência machista, um silenciamento muito forte, aquela coisa de em briga de marido e mulher ninguém mete a colher. E principalmente tem a questão de que muitas das mulheres que morem por seus maridos já tiveram passagem pela delegacia denunciando e não tiveram o acolhimento que precisam. As casas de abrigo são pouquíssimas, os horários da delegacia, que não está sempre disponível e aberta pra atender. Enfim, as políticas para as mulheres que são muito defasadas, e não são o suficiente para um país tão violento como o Brasil.
 
E esse contexto leva a um momento de maior politização da Marcha?
Também eu acho que não haveria essa politização se não fosse junho. Acabou virando um processo natural, não foi nada muito forçado justamente porque no ano passado, com todas as manifestações  que inclusive tiveram um cunho muito feminista com as marchas que cresceram muito, a Marcha das Vadias cresceu muito no passado, mas também o Fora Feliciano, o Fora Cura-Gay, o Estatuto do Nascituro, acho que teve um espaço feminista nessas manifestações do ano passado. Todo o avanço de consciência das pessoas, das mulheres, no passado, fez com que essa politização fosse natural.
 
Se pode entender também a Marcha das Vadias como uma espécie de porta de entrada para a militância?
Com certeza. Justamente por essa questão de a Marcha dar tanta liberdade, que é uma coisa que nos falta tanto enquanto mulheres, a liberdade nessas coisas pequenas de roupa, de depilação, até as coisas que são as agressões diárias que a gente sofre, do assédio nas ruas, do assédio nos ônibus, nos metrôs, e até esse plano maior que é o das políticas públicas, da violência institucionalizada, dos ataques que a gente sofre de bancada evangélica, de bancadas machistas, que não defendem nossos interesses, pelo contrário, querem tirar o pouco que nós temos. Com certeza existem muitas gurias de 14, 15 anos que vão pra Marcha pela primeira vez, fazem seu topless pela primeira vez, e é uma experiência muito nova, e justamente por ela ser grande, ter tantas pessoas, e também é um espaço que até agora não ser um ato com repressão da polícia tem toda uma caracterização diferente, é num domingo, na Redenção enfim, dá essa abertura para as pessoas irem pela primeira vez. Quem estava no ano passado tomando um chimarrão na Redenção hoje vai estar lá segurando um cartaz. E justamente por ser anual, é aquela coisa: a pessoa olha a notícia, olha as fotos, vê todo aquele burburinho na internet depois da Marcha, e diz ano que vem eu vou criar coragem e vou ir. E realmente vai.
 
É o quarto ano de Marcha das Vadias no Brasil. Que conquistas já emergiram desse movimento?
Pra começo de conversa, toda mobilização e a indignação que se teve com a pesquisa do IPEA já mostra que durante essas Marchas o questionamento de eu não mereço ser assediada, eu não mereço ser estuprada, já cresceu muito. Acho que em outro momento histórico aquela pesquisa poderia ter passado batida. E acredito que a Marcha das Vadias mexe muito com a consciência das pessoas, com os questionamentos que as pessoas fazem. Não vão ser conquistas pontuais de uma Marcha para outra, mas nesse processo de marchas no Brasil tudo o que incomoda agora é posto em debate mesmo. E a internet é um espaço muito bom pra isso.
 
Como a pesquisa do IPEA repercutiu dentro do movimento feminista?
Ah, foi absurdo, né. Era só o que se falava. Em todos os espaços, em todos os debates que tinham sido programados antes, tudo dava margem pra se falar da pesquisa do IPEA. A questão do estupro, da agressão mesmo, é um tema que agora é que está conseguindo se falar. Finalmente as pessoas estão criando coragem pra falar que as mulheres são estupradas, que as mulheres são estupradas na rua por estarem com uma saia curta, que os homens se acham no direito de estuprar. Não é como aquela coisa que se usa muito pra tentar amenizar essa questão que é social, que é uma questão histórica, que é ah, quem estupra é monstro. Não é monstro, são homens. São homens que tiveram uma educação machista e que agora, hoje, se acham no direito de estuprar mulher. Essa caracterização de que não são monstros  quer dizer, 65% são monstros? Não, são homens  tira essa coisa fantasiosa e que acabava tirando o debate. É algo que precisa ser posto em debate, precisa ser posto na educação. Claro, isso é uma opinião bem minha e muito otimista, porque eu sou uma pessoa muito otimista, mas eu acho que essa geração que está se preocupando com o feminismo, tanto as mulheres quanto os homens, vai ser uma geração que vai ter filhos com uma educação desde pequenos tendo a questão da igualdade de gênero, de todos os pequenos detalhes, desde a menina usa roupa rosa, o menino usa roupa azul, desde as meninas têm brinquedinhos de pia, de lavar louça, e os meninos têm carrinhos, aviões. Eu acho que isso já vai começar a mudar. Então, claro, vai demorar algumas décadas, mas acho que a sociedade tem capacidade de ser mais feminista, de ser mais humanitária, de ser mais respeitosa. De ser mais humana. Mas a questão do IPEA eu me lembro que saiu aquilo e eu estava com tanta raiva, tanto nojo, que nem queria compartilhar. É aquela coisa da negação de não pode ser verdade.
 
Que importância teve a campanha #EuNãoMereçoSerEstuprada como resposta à pesquisa?
Até a Dilma acabou tendo que tuitar sobre isso os governos estão tomando um pito da sociedade no sentido de que porra, vocês não enxergam as mulheres, vocês não criam políticas. A Dilma é uma presidente mulher e não é feminista. E aí, como é que fica? A gente sabe que mesmo sendo mulher ela não vai nos dar respostas. Ela vai continuar na dela, com a bancada evangélica, com a bancada moralista, e a gente vai ter que fazer o nosso. Uma pesquisa nacional como essa mostrou que as pessoas criaram ao longo desses anos, e após junho, essa indignação de que não vai dar mais, não aguento mais, já sofremos muitos séculos de agressões, de estupros, e agora a coisa tem que mudar.
 
Tu falaste que talvez essa seja a geração que vai começar a avançar mais nesse processo. Que papel a apropriação da internet tem nisso?
Essencial. A gente tem o grupo da Marcha das Vadias Porto Alegre, que hoje tem milhares de pessoas, e é muito bom, é muito legal de ver como muitas mulheres fazem uma postagem dizendo de tudo o que elas experienciam. E é isso o que te falo sobre as mulheres indo pra Marcha pela primeira vez e começando a criar a necessidade própria de militância, de não deixar morrer em um ato. Ah, meu professor teve uma atitude machista, ou o meu amigo que eu achava que era super legal defendeu um cara que abusou de uma menina. Enfim, coisas que acontecem diariamente em tantos espaços e que elas enxergaram ali um espaço de posso compartilhar, não vou ficar só guardando pra mim, não vou ficar engolindo as opressões que eu sofro durante o dia. A internet dá muito empoderamento. Claro que tem o problema, ela dá muito empoderamento também para os machistas, que passam muito tempo, que stalkeiam as mulheres, que ameaçam, que fazem dossiês das feministas, sabem todos os detalhes e vão lá, dizem onde mora, e eu vou te pegar, eu vou te estuprar. Isso é muito perigoso. Mas ao mesmo tempo a gente tem essa questão de se articular pra tirar do ar, de bloquear a pessoa, de denunciar, de fazer escracho virtual.
 
E nos homens, que efeito essas mobilizações pela internet, ou a própria Marcha das Vadias, têm causado?
A gente tá falando em um setor não tão popular, o que criou e entra na Marcha das Vadias. É feito por universitárias, pelo movimento estudantil, pela juventude. E entre os homens do movimento estudantil, olha, é muito bom o avanço que se teve pra eles. No sentido de que eles criam um questionamento das coisas que fazem. Falar um negócio em uma mesa de bar e dizer bah, fui machista, será que falei algo que não devia?. E ouvir das companheiras, das mulheres, olha, não fala mais isso, não é bom. E assim ir mudando essa questão, não reproduzir os comportamentos machistas, ter o questionamento e a vigilância pra não fazer mais o que fazia antes. Claro, existem pessoas que, independentemente de serem socialistas, comunistas, anarquistas, são muito machistas. Não se importam em ser machistas, fazem hierarquias dentro dos movimentos, não deixam as mulheres falarem em assembleias, não respeitam, chamam de histéricas, não respeitam o movimento feminista, acham que é uma pauta secundária. Claro, não são eles que são estuprados, não são eles que morrem por agressões de companheiros que não aceitaram uma traição, companheiras que não aceitaram o término, companheiros com ciúmes enfim, pra eles é secundário porque eles não vivem o que a gente vive. Ainda existe esse tipo de pessoa, mas acho que já se mudou essa cultura dentro dos movimentos, de ter mais espaço para as mulheres, de ter mais cuidado com o machismo que está entranhado na nossa sociedade, na nossa educação, a nossa cultura. Mas é a longo prazo. Não vai ser em uma Marcha que nós vamos mudar tudo, mas vamos mudando.
 
Há décadas, ou a séculos, se fala nesse problema do machismo impregnado nas organizações de esquerda. Essas práticas continuam sobrevivendo, apesar desse avanço? Como pensar essa questão e como agir sobre ela?
A história mostrou que não adianta ser machista na esquerda. Isso é uma coisa que pelo menos no meu coletivo a gente fala muito: sem feminismo não há socialismo, e sem socialismo não há feminismo, as coisas andam juntas. Mas existem coletivos que não deixam as mulheres serem os quadros, as figuras públicas de falar nos megafones, nas assembleias, não deixam que as mulheres sejam a representação do coletivo nos espaços maiores. Mas são organizações que estão fadadas ao fracasso porque não enxergaram o avanço da história, e se não tiverem o feminismo dentro delas elas vão ruir, porque tem se provado que a esquerda, sem o feminismo tem aquela frase: não há nada mais parecido com um machista de direita do que um machista de direita. Então com machismo não se vai ter avanço, não se vai ter luta de classes, não se vai ter revolução. Acho que, nessas organizações, o que se tem que fazer é denúncia de que os caras são machistas, são agressores, não deixam as mulheres falarem, não vai pra essa organização, deixa eles morrerem sozinhos. E nos coletivos, nos espaços que são feministas mas que, claro, chega uma pessoa nova, que ainda tem comportamentos enraizados, nós temos que fazer educação, temos que fazer formação, temos que desconstruir, temos que fazer os debates dentro da organização pra fazer esse movimento de desconstrução do que já veio. Se tu nasceu em uma família que reproduz os comportamentos capitalistas, e hoje tu tens a ideia de que o capital é algo opressor à classe trabalhadora, tu podes fazer o mesmo com o machismo. Pode fazer exatamente a mesma coisa, e deve fazer. Mas pra isso também as mulheres têm que se articular pra fazer a educação, pra fazer a desconstrução. O que acontece muito também, que eu acho uma pena, são as feministas que só rechaçam e que não promovem o debate com quem pode ter o debate. Tem que diferenciar quem não merece ter o debate e quem realmente é só uma reprodução de comportamento, que pode ser educado e que vai criar um homem que reproduz o feminismo ao invés do machismo.
 
Até que ponto a luta contra a opressão das mulheres, a luta contra o machismo, pode avançar dentro do sistema capitalista?
Agora tu fez uma pergunta que eu não tenho como não responder por mim mesma. Eu, como pessoa (não como integrante da organização da Marcha das Vadias), acredito que não se vai ter os avanços necessários até a igualdade real de gênero no capitalismo. Porque é bom pra ele que não se tenha. Ele ganha muito com o machismo. E também existem certas coisas que são absolutamente necessárias pra uma sociedade igualitária e não sem colocadas em pauta, inclusive porque elas aconteceram na União Soviética: creches públicas, restaurantes públicos, lavanderias públicas, que a questão do trabalho doméstico não seja colocada para a mulher e sim como uma tarefa para a sociedade. Que a educação das crianças não seja colocada para a mulher, e sim como uma tarefa para a sociedade. E essa sociedade precisa ser socialista. Mas sou eu falando, somente eu.
 
Uma polêmica constante dentro da esquerda é a questão da prostituição. De que forma essa questão vem sendo tratada? E dentro da Marcha, especificamente, como se pensa isso?
A questão da prostituição ainda não foi abordada na Marcha, e seria muito positivo que fosse, mas que também é necessário que o movimento feminista se interesse mais, procure mais, tenha uma ligação maior com a questão das mulheres que estão em situação de prostituição. Porque a prostituição é uma coisa que, embora exista a tanto tempo, seja tão presente, é completamente invisível, invisibilizada, silenciada. As mulheres prostitutas não têm direitos básicos, direitos trabalhistas, estão sempre na margem da sociedade, e acho que é uma tarefa do movimento feminista, que não só se debata entre nós, que somos universitárias, que temos um estágio, um trabalho remunerado de oito horas por dia, que a gente decida o que é melhor pras prostitutas, mas sim ouvi-las, dialogar com elas, criar uma aproximação. Porque não podemos responder por elas, elas têm que responder por si mesmas, mas pra isso precisam do movimento feminista pra se empoderar, pra se organizar.
 
Existe um distanciamento entre o movimento feminista mais forte hoje e as mulheres das classes populares?
Os movimentos populares, nas periferias, nas favelas, são lideradas por mulheres. As mulheres são as chefes de família. Entretanto, eles não são feministas porque as mulheres não têm essa cultura que as universitárias têm de debater, essa questão mais acadêmica, de falar de gênero, de falar de desconstrução de gênero mas elas são mulheres líderes, e isso é muito importante. O que o feminismo precisa fazer é abranger elas e tornar elas feministas. Já existe esse espaço, e as mulheres têm a capacidade de se organizar muito bem, inclusive nas periferias, e se criam lideranças muito fortes lá. O que o feminismo, do ponto de vista da Marcha das Vadias, precisa fazer, é chegar até lá e mostrar pra elas fazer elas aderirem. Mas o que eu quero pontuar é que existe a liderança das mulheres, só que elas ainda não são feministas, mas têm capacidade total de ser, reconhecer a opressão e se somar à luta contra o machismo. É muito difícil também chegar as mulheres brancas, acadêmicas, de classe média, nas periferias e querer dar uma cartilha, não se pode fazer isso. Isso é um desrespeito com as mulheres que vivem diariamente essa realidade. Então é preciso muita humildade, muito cuidado pra criar essa aproximação, pra que se tenha um vínculo real e produtivo.
 
Quais os desafios mais importantes nesse momento para o movimento feminista de modo geral e para a Marcha especificamente?
Para o movimento feminista em geral é a redução da violência contra a mulher, sem dúvida. Não é possível que os índices de violência aumentem. É inadmissível. O movimento feminista precisa de muita articulação, de muita manifestação, de muito debate, de muita denúncia, porque não podemos mais aceitar. Não merecemos ser estupradas, não merecemos ser agredidas. Então, pontualmente, a redução da violência contra a mulher e a erradicação da violência. Que as pessoas sejam realmente punidas, que as políticas realmente funcionem, que as mulheres sejam devidamente protegidas. E, pra Marcha, é muito disso que a gente acabou de falar, de ter aproximação com setores que são mais periféricos, no sentido de colocar definitivamente a pauta da mulher negra na Marcha das Vadias, vamos colocar a pauta da mulher pobre, vamos colocar a pauta de quem efetivamente sofre com a violência, pra que não seja mais só a questão da roupa que eu vou vestir. Que foi uma questão muito importante, que ajudou milhares de pessoas, que teve o seu valor, mas que agora a gente já tem capacidade de colocar questões que ainda não tiveram a sua importância dada. A Marcha também não vai negar de onde ela veio, que é a questão da roupa, que é essa questão da liberdade. Pelo contrário, que as coisas se agreguem, que ela vá aumentando com mais pautas, com mais representatividade, que ela vá se tornando mais plural e que tenha mais essa importância no debate da sociedade. O que a Marcha traz vai ser debatido, então que a Marcha traga muitas coisas. Acho que isso é o principal e é isso que nós, como organização, temos a maior ânsia de fazer: que todo mundo tenha representação, que as mulheres trans participem da Marcha das Vadias, que as mulheres negras participem da Marcha das Vadias, que as mulheres pobres participem da Marcha das Vadias, que todas as mulheres efetivamente se sintam representadas pela Marcha das Vadias.
 

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