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ECONOMIA - Segunda, 11/03/2019

Cadeia da borracha é opção à agroindústria, segundo Fiems e Famasul

Divulgação/Fiems

O presidente da Famasul, Maurício Saito e Sérgio Longen, presidente da Fiems

Durante o 1º Encontro da Cadeia da Borracha do Estado, realizado pela Fiems e Famasul nos dias 11 e 12 de março nas casas da Indústria e Rural, em Campo Grande (MS), os presidentes das duas Federações, Sérgio Longen e Mauricio Saito, defenderam a elaboração de um projeto de reestruturação de toda a atividade para que seja uma nova opção de agroindústria em Mato Grosso do Sul. 

Segundo Sérgio Longen, o objetivo é que o projeto contemple todos os elos da produção de borracha, desde o plantio até a industrialização. “Nossa ideia é olhar o início, o meio e o fim de toda a cadeia e, por isso, estamos promovendo essa reunião aqui com os produtores rurais, que fazem parte do início da produção. É importante que todos aqui conheçam o que esperamos com essa produção e que, a partir de técnicas de manejo diferentes, possamos conseguir produzir diversos produtos a partir da borracha natural. A intenção é construir uma nova atividade econômica em Mato Grosso do Sul”, afirmou. 

Ele acrescentou que já existe interesse de uma empresa de beneficiamento de borracha se instalar no Estado. “Essa é uma empresa que se interessou pela nossa produção atual, mas temos uma série de possibilidades de produtos que são feitos com a borracha natural, então é interessante conhecermos essas alternativas e discutirmos a possibilidade de atrais outras indústrias, de diferentes ramos, que também podem se interessar pela nossa produção”, completou.

Na mesma linha, Mauricio Saito reforçou a importância de ampliação do leque de atividades econômicas do Estado. “A partir de levantamentos do Senar, podemos afirmar que Mato Grosso do Sul tem um grande potencial para a heveicultura, que é a cultura de seringueira para produção de borracha natural, e é uma oportunidade de ampliarmos o número de atividades agrícolas que desenvolvemos em nosso Estado, podendo gerar mais emprego e renda para o homem do campo”, considerou. 

Polo de referência científica – Para o CEO da Bioworldtec, Gilmário Libório, o projeto traz a oportunidade de Mato Grosso do Sul se tornar o primeiro polo de referência científica de desenvolvimento da cadeia de borracha do Brasil. “Nossa empresa tem o objetivo de criar uma cultura sustentável na produção da borracha e temos uma série de produtos que podem auxiliar no manejo e na produção, melhorando a produtividade, e podemos contribuir tecnicamente com esse projeto, mas acredito que o grande diferencial é que temos parceria com universidades na produção de pesquisa que pode ajudar o Estado a se tornar uma referência científica na área”, destacou. 

Na avaliação do CRO da Bioworldtec, Marcelo Cavarsan, responsável pela área de estratégia e gestão de risco da empresa, o encontro para elaboração de um projeto de reestruturação da cadeia da borracha representa uma nova história para o setor em Mato Grosso do Sul. “É um mercado que apresenta boas oportunidades e a ideia aqui é justamente discutir as possibilidades de agregar ainda mais valor ao que for produzido pelos seringais de você, porque com a borracha, é possível produzir cerca de 40 mil produtos”, pontuou. 

Com mais de 40 anos de atuação na área da borracha, o engenheiro químico Eduardo Budemberg, que é diretor de tecnologia da Bioworldtec, apresentou novas tecnologias desenvolvidas pela empresa para melhorar a produtividade das seringueiras, principalmente com relação à estimulação para aumentar a produção de látex. “Penso que seja muito importante termos essa oportunidade de discussão aqui, com produtores rurais, em um Estado que tem demonstrado interesse em desenvolver a cadeia da borracha, que tem grande potencial para heveicultura, pois tem um solo propício. Sem falar que o Brasil é carente de borracha natural, importando 65% do total de borracha natural consumida aqui”, ressaltou.

Repercussão – Presente ao encontro, o presidente da Comissão Permanente da Indústria, Comércio e Turismo da Assembleia Legislativa, deputado estadual Capitão Contar (PSL), colocou-se à disposição para levar o tema para ser discutido no ambiente político. “Acredito que é interessante termos essa discussão, ouvindo todos os setores para poder entender como a Assembleia pode ajudar, seja na elaboração de novas leis ou ajudando a levar temas importantes para serem discutidos no Congresso Nacional”, disse.

Na avaliação do diretor-coorporativo da Fiems, Cláudio Alves, o 1º Encontro da Cadeia da Borracha do Estado é de extrema importância para a retomada de um projeto iniciado há alguns anos no Estado. “Estamos procurando envolver todos os segmentos ligados à cadeia da borracha, por isso hoje temos essa discussão com os produtores rurais, que são o primeiro elo dessa cadeia, mas é interessante que todos os agentes estejam comprometidos e buscando fazer com que isso saia do papel”, salientou. 

O presidente da Aprobat (Associação dos Produtores de Borracha de Aparecida do Taboado e Região), Eduardo Antônio Sanches, defendeu políticas e eventos que tragam mais conhecimento técnico sobre as inovações na produção de borracha. “A heveicultura em Mato Grosso do Sul é muito nova, com uma cultura de seringueira que foi iniciada em 2009 e que só agora começou a produzir. A grande expectativa é que a partir de 2022 Mato Grosso do Sul saia da 11ª posição e passe figurar em 5º lugar no ranking de produção de látex do País. Por isso eventos como esse são muito importantes e esse projeto é fundamental para desenvolvermos a atividade no Estado”, reforçou. 

O produtor rural Agnaldo Gomes, que cultiva seringueiras na região de Cassilândia, parabenizou a Fiems e a Famasul pela realização do evento. “Avalio como importante o que as duas federações estão fazendo, porque tenho viajado o País e até agora não vi nenhum Estado promovendo ações de apoio à heveicultura, sem falar na oportunidade que estamos tendo aqui de ter acesso às novas tecnologias e produtos que podem ser utilizados para otimizar a produção”, comentou. 

Para o produtor rural Maurício Palombo, de Paraíso das Águas, o projeto de reestruturação da cadeia da borracha é uma grande conquista. “A heveicultura veio como uma promessa para nós e só agora estamos vendo um sonho ser realizado. Estou muito feliz em ver nesse encontro duas federações fortes envolvidas e querendo desenvolver uma atividade bastante promissora e trazendo para a mesa de discussão o poder público, para que conheça e entenda as nossas dificuldades ao mesmo tempo em que uma empresa de biotecnologia nos apresenta inovações para a produção", finalizou.

Incentivo – No primeiro dia, o encontro contou com a participação do presidente da Fiems, Sérgio Longen, do presidente da Famasul, Mauricio Saito, do presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Paulo Corrêa (PSDB), do diretor-corporativo da Fiems, Cláudio Alves, de técnicos da Semagro (Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar) e da Sefaz (Secretaria Estadual de Fazenda) e representantes da Bioworldtech, empresa de biotecnologia para o agronegócio.

Segundo o presidente da Fiems, Sérgio Longen, o objetivo é incentivar a produção da borracha no Estado. “É projeto antigo, que criou o polo da borracha na região de Cassilândia e Paranaíba, mas que precisa de um estímulo e de uma readequação porque novas tecnologias foram pesquisadas e colocadas à disposição dos produtores. Por isso, precisamos reestruturar um projeto que vai desde o incentivo da produção, passando por tecnologia e inovação até a industrialização desse produto”, afirmou.

Ele acrescentou que já existem empresas interessadas em se instalar em Mato Grosso do Sul, de olho no pode ser produzido e colhido nos próximos anos aqui no Estado. “A gente precisa fomentar isso, mas de forma organizada e, por isso, estamos realizando esse encontro para buscarmos informações técnicas que vão subsídio a todas as fases da produção até a industrialização. A intenção é desenvolvermos um projeto moderno e arrojado para a cadeia da borracha”, completou. 

Ampliar o leque – O presidente da Famasul, Mauricio Saito, reforçou a importância da elaboração de um projeto da cadeia da borracha para ampliar o leque de atividades econômicas do Estado. “Mato Grosso do Sul tem uma vocação agroindustrial intensa, mas sempre pensamos nessa atividade focando simplesmente na produção de grãos e carnes. Quando damos ao produtor rural e ao empresário a possibilidade de ampliar esse leque de atividades, automaticamente fazemos com que o Estado cresça”, destacou. 

Na avaliação do presidente da Assembleia Legislativa, Paulo Corrêa, o projeto traz grandes oportunidades para o desenvolvimento do Estado. “Nós já trabalhamos esse assunto há um tempo para criarmos o polo da borracha na região de Cassilândia e agora estamos reestruturando esse projeto. A ideia é trazer uma indústria de beneficiamento da borracha e a Assembleia Legislativa está à disposição para auxiliar nesse projeto”, ressaltou. 

Discussão técnica – O CRO da Bioworldtec, Marcelo Cavarsan, abriu as apresentações técnicas destacando as oportunidades e tendências de mercado, ressaltando que o Brasil importa 65% do total de borracha natural que consome, uma quantidade total de 340 mil toneladas por ano. “Vale a pena reforçar que atualmente tem crescido em vários países o desinteresse pela borracha sintética, produto derivado do petróleo, por causa de questões ambientais. Então investir na produção de borracha natural aqui em Mato Grosso do Sul é uma oportunidade interessante de geração de emprego e incremento na economia”, comentou.

Já o CEO da Bioworldtec, Gilmário Libório, explicou que a empresa atua na área de borracha desde 2011 e detalhou como pode contribuir com a cadeia da borracha em Mato Grosso do Sul desde o processo de plantio, com sistema de estimulação, até processo de borracha híbrida e couro borracha, que são patentes da empresa. “Penso que esse evento representa uma mudança de paradigmas porque São Paulo é o maior produtor de borracha, mas não condiz com as melhores práticas do mercado. Então quando vemos outro Estado com a intenção de desenvolver um polo, avaliamos como algo bastante positivo, porque temos a possibilidade de deixar de apenas exportar commodities, mas também produzir produtos acabados, com maior valor agregado”, destacou. 

Ele também apresentou a fase 2 da produção, que é a faca automatizada de sangria de seringueiras, a primeira automatizada do mundo. “A principal vantagem desse equipamento é padronização da sangria, aumento dos vasos para a sangria e a possibilidade de treinamento em baixíssimo tempo para essa sangria. Em menos de uma semana a pessoa já está apta. Com isso, ganha-se tempo, padronização e aumento de produtividade”, finalizou.

Atividade em expansão – Para a elaboração do projeto de reestruturação da cadeia da borracha em Mato Grosso do Sul, a Semagro levantou, entre os meses de julho e setembro de 2018, que o Estado tem 22.648 hectares cultivados com seringueira distribuídos por 243 propriedades. Ainda conforme o estudo, a maior concentração de plantios está em áreas entre 20 e 99 hectares, entretanto, foram identificadas áreas entre 1 e 1.500 hectares.

Essas propriedades estão distribuídas em 29, dos 79 municípios sul-mato-grossenses, concentrando-se, principalmente, na região leste do Estado, com destaque para a participação dos municípios de Cassilândia e Aparecida do Taboado, que juntos respondem a 47,69% da área implantada no Estado. A maioria dos seringais, 85,53% do total, encontra-se em fase de crescimento e formação, com idades entre um e seis anos. 

Se bem manejados e em condições ideais de cultivo, o estudo da Semagro aponta que, nos próximos oito anos, se estima um aumento de 690% no número de plantas aptas à extração, em comparação com os dados de 2018.  Em relação ao total de plantas levantado, o incremento anual, até o ano de 2026, varia entre 2,22% e 15,55%.

Com informações da Fiems
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