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POLÍTICA - Terça, 30/03/2021

Comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica deixam cargos

Reprodução / Acervo TV GLOBO

Comandantes da Aeronáutica, Antônio Carlos Moretti Bermudez; do Exército, Edson Pujol; e da Marinha, Ilques Barbosa

Um dia após a demissão do ministro da Defesa Fernando Azevedo e Silva, o ministério anunciou nesta terça-feira (30) que os comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica também vão deixar seus cargos.

Azevedo será substituído pelo general Walter Braga Netto, que estava até então na Casa Civil. Desde o o anúncio da saída de Azevedo, havia a suspeita de que os três comandantes das Forças Armadas entregariam seus cargos.

Os novos comandantes das Forças Armadas ainda não foram anunciados. Deixam os cargos Edson Pujol (Exército), Ilques Barbosa Junior (Marinha) e Antonio Carlos Bermudez (Aeronáutica).

Crise nas Forças Armadas
A saída dos comandantes é vista como um ato de protesto pela demissão sumária de Azevedo. Essa é a primeira vez que os três comandantes das Forças Armadas deixam seus cargos ao mesmo tempo por discordância com o presidente da República.

A crise nas Forças Armadas acontece às vésperas do aniversário do golpe militar de 1964, nesta quarta (31). Mas as desavenças que levaram ao episódio não são de hoje.

Bolsonaro já havia tentado remover Edson Pujol do cargo, o que não aconteceu devido à discordância de Azevedo. Pujol era crítico à postura do presidente quanto à pandemia — o que ficou claro no ano passado quando o presidente tentou cumprimentar o general com um aperto de mão e Pujol ofereceu o cotovelo (cumprimento adotado por muitas pessoas na pandemia para evitar a contaminação por covid-19).

Pujol também havia afirmado no ano passado que o papel dos militares não é se envolver em política. "Não queremos fazer parte da política, muito menos deixar ela entrar nos quartéis", disse Pujol em um evento online.

Atualmente Bolsonaro tem militares no comando de seis ministérios.

As mudanças e a eventual tentativa de se atribuir aos militares papéis que não sejam estritamente constitucionais são elementos que ameaçam a coesão dentro das Forças Armadas, disse à BBC o pesquisador Vinicius de Carvalho, diretor do Brazil Institute da universidade King's College de Londres.

Carvalho pesquisa há mais de dez anos as áreas de Defesa e Segurança, com foco nas Forças Armadas da América Latina e do Brasil, e também foi oficial técnico temporário no Exército Brasileiro.

"Um problema muito sério que toda essa agitação criada pela demissão do ministro cria é um risco de quebra de coesão, porque as Forças Armadas dependem dela. Dependem de que haja hierarquia clara e que todos elementos dessa hierarquia estejam em coesão", disse, em entrevista por telefone à BBC News Brasil na segunda, após a demissão do ministro.

Mudanças ministeriais
Além de Azevedo, na segunda houve troca de comando em outros 5 ministérios.
Enquanto alguns apenas assumiram outras pastas, outros estão deixando o governo e novos nomes passam a compor o primeiro escalão da Presidência.

Walter Souza Braga Netto, que substitui Azevedo, estava na Casa Civil, que agora será ocupada pelo general Luiz Eduardo Ramos, outro militar que já estava no governo - era o secretário de governo da Presidência.

A deputada federal Flávia Arruda (PL-DF) assume a Secretaria de Governo e será a nova responsável pela articulação política do governo.

A saída de Ernesto Araújo do comando do Itamaraty também foi oficializada no início da noite. Ele será substituído pelo embaixador Carlos Alberto Franco França, diplomata de carreira que estava na assessoria especial da Presidência da República.

José Levi Mello do Amaral Júnior também deixa o cargo de advogado-geral da União, que possui status de ministro.

Ele estava desde abril de 2020 à frente da Advocacia-geral da União (AGU). Antes de assumir, ele era procurador-geral da Fazenda Nacional.

A AGU é um órgão ligado à Presidência da República que representa o governo federal na Justiça e na esfera administrativa.

Levi assumiu em abril de 2020, após o seu antecessor, André Mendonça, deixar o cargo para se tornar ministro da Justiça e Segurança Pública.

Na época, Mendonça assumiu a vaga aberta com o pedido de demissão do ex-ministro Sergio Moro.

No lugar de Levi, Mendonça volta à AGU e será sucedido no Ministério da Justiça por Anderson Torres, que é delegado da Polícia Federal e trabalhava até então como secretário de Segurança Pública do Distrito Federal.


Com informações da BBC News Brasil
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