Não queremos prejudicar a sociedade, mas infelizmente é só dessa forma, disse Alexandre Barbosa, presidente do Sinpol (Sindicato dos Policiais Civis), referindo-se a manifestação de policiais civis na tarde de terça-feira (21), na BR-163, saída para Cuiabá, em Campo Grande, que causou congestionamento de aproximadamente 16 quilômetros.
Com o protesto, uma fila gigantesca se formou na rodovia nos dois sentidos. Durante 1h30 de paralisação cerca de 300 policias que participaram da ação repudiaram a proposta de reajuste feita pelo Governo do Estado que é de 7% este ano, 8% em 2014 e 12% em 2015, além de vantagens que elevam os salários da classe dos substitutos em 28% já em 2013.
Também foi proposto estender a todos os policiais a etapa alimentação benefício semelhante ao ticket alimentação , também aumentar o número de vagas para promoção de escrivães e investigadores, a fixar data para promoção anual em lista tríplice e a equiparar servidores DAP com os da segunda classe.
Após o protesto, o presidente do Sinpol declarou que em nenhum momento houve a intenção de prejudicar a sociedade. Não encontramos outra maneira de sensibilizar o governo, declarou.
Alexandre Barbosa afirmou que a classe está aberta à negociação e que desde 2010 o governador André Puccinelli prometeu reduzir a diferença salarial entre escrivães, investigadores e delegados. A categoria está em greve desde sexta-feira e não há acordo entre os grevistas e o governo.
Governo Segundo nota divulgada pela assessoria de imprensa do Governo do Estado, o governador André Puccinelli garante que o reajuste salarial para os policias Civis e Militares de Mato Grosso do Sul ficará acima da inflação registrada no período no estado.
Para a Polícia Civil, a proposta é elevar o salário inicial de R$ 2.361 mil para R$ 3.031 mil. Em dezembro de 2014, o salário inicial de um policial civil será de R$ 3.667,26, segundo o governo.
No caso dos militares, cabos que recebiam salário de R$ 2.099,75, em 2007, recebem hoje R$ 2.890,46. A proposta é que a partir de dezembro de 2014, o salário seja de R$ 3.807,85. Um reajuste de 81,35%, que representa, no mínimo, o dobro da arrecadação no período, argumenta o governo.
Ainda conforme Puccinelli, a recuperação do salário dos soldados da PM será de 118,29% até o fim de 2014. Esta categoria parte de um salário inicial, em 2007, de R$ 1.397,57 para R$ 2.200,00 atualmente e R$ 3.050,78 no fim de 2014. Os maiores índices propostos na atual negociação foram os reajustes escalonados para a Polícia Militar, conforme o governo. Para cabos os percentuais chegam a 7%, 8% e 14%. E para os soldados o reajuste seria de 7%, 8% e 20%, sendo o último índice, nos dois casos, para 2015.
Segundo o governador, alguns segmentos dentro da Polícia Civil, como, delegados e agentes de polícia científica e na Polícia Militar, oficiais subtenentes e sargentos já teriam aceitado a proposta do governo.
EM ANEXO O direito a greve é legal e constitucional, portanto, quando se faz necessária deve ser respeitada. Mas, quando policiais civis e militares partem para o fechamento de rodovias causando transtornos ao cidadão, demonstram que a estratégia de greve, no mínimo, está mal direcionada por parte das cabeças pensantes do movimento. O munícipe que paga seus impostos e em muitas ocasiões solidário aos grevistas, não pode ser penalizado em momento algum. Governo e sindicatos devem encontrar uma solução urgente para o impasse, para que as pessoas de bem possam voltar a dormir tranquilas sabendo que os policias estão de volta às ruas e prontos a defender a vida e o patrimônio.