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CIÊNCIA & TECNOLOGIA - Sábado, 14/11/2015

Passagens dos Dez Mandamentos que a ciência explica

ThinkStock

Ilustração do momento em que Moisés foi resgatado do rio pela filha de Ramsés II

Getty

Cientistas investigam há décadas se episódios bíblicos de fato ocorreram

Uma das principais figuras religiosas do mundo, o profeta Moisés e sua história fundamentam há séculos a fé de bilhões de pessoas  e intrigam cientistas em igual medida.
 
A Bíblia diz que Moisés foi escolhido por Deus para liderar a saída dos hebreus do Egito, onde eram escravos, rumo à terra prometida de Canaã. Após o reino ser atingido pelas dez pragas, o faraó Ramsés 2º admite sua libertação, pedida por Moisés.
 
Durante o êxodo, um dos momentos mais marcantes, segundo o relato bíblico, é a abertura do Mar Vermelho pelo profeta para que seu povo fugisse da perseguição do faraó, que havia se arrependido de sua decisão. É nesta jornada que Moisés recebe de Deus as tábuas dos dez mandamentos.
 
Após vagar 40 anos no deserto, os hebreus chegam a seu destino, mas Moisés falece no fim do caminho, depois de avistar Canaã ao longe.
 
Esta história está na base não só do Cristianismo, como também do Judaísmo, e Moisés também é reconhecido pelo Islamismo e outras religiões.
 
Ela também inspirou diversas interpretações artísticas no cinema, no teatro e na televisão. Entre as produções mais recentes, está o filme Êxodo: Deuses e Reis(2014), dirigido por Ridley Scott. Atualmente no ar, a novela Os Dez Mandamentos, da TV Record, vem atraindo o interesse do público brasileiro e obtendo altos índices de audiência para a emissora.
 
De forma inédita, o folhetim foi líder de audiência na Grande São Paulo durante a exibição de todo o capítulo em que Moisés abre o Mar Vermelho, na última terça-feira, com pico de 31 pontos no Ibope e média de 28,1 pontos (cada ponto equivale a 67 mil domicílios), tornando-se o programa mais visto no país neste dia.
 
Estes resultados fizeram a Record anunciar uma segunda novela bíblica para substituir a atual produção e uma continuação de Os Dez Mandamentos para o próximo ano.
 
Mas seria o texto bíblico ficção ou um reflexo de fatos históricos? Seus acontecimentos têm correspondência em registros históricos desta sociedade antiga? Quais evidências foram encontradas em investigações científicas realizadas ao longo das últimas décadas?
 
Moisés  Moisés era hebreu, mas não escravo, segundo a Bíblia, porque foi encontrado em um cesto em rio pela filha do faraó, que o adotou.
 
O egiptolólogo Jim Hoffmeier, autor de Israel Antigo no Sinai (Oxford University Press, 2005) explica que esta prática era comum no Egito Antigo e que persiste de certa forma até os dias de hoje.
 
"Era uma forma antiga de colocar uma criança à mercê do destino determinado pelos deuses. Hoje, colocamos bebês em cestos e os deixamos na porta de igrejas", afirma Hoffmeier.
 
A história da primeira infância de Moisés ainda compartilha muitas semelhanças com um antigo mito da Babilônia de um rei chamado Sargon, que foi encontrado em um cesto boiando em um rio.
 
Entre 600 e 300 a.C., escribas judeus em Jerusalém registraram as lendas e histórias antigas de seu povo, para que fossem passadas de geração em geração.
 
Eles teriam se baseado no mito de Sargon para criar a história de Moisés? É uma teoria possível, pois os judeus foram capturados pelos babilônios em 587 a.C e mantidos em exílio por algum tempo. Neste momento, o mito de Sargon poderia ter servido de base para o relato sobre o profeta.
 
Hoffmeier ainda explica que seria normal a adoção de Moisés pela filha do rei. Registros deixados pelos faraós mostram que os palácios tinham creches onde os filhos da realeza eram educados e que crianças estrangeiras também eram trazidas para participar.
 
"Nesta época em que supomos que viveu Moisés, crianças que não faziam parte da nobreza passaram a poder integrar estas instituições, assim como os filhos de reis estrangeiros, que eram levados para elas para aprender a ler e escrever", diz Hoffmeier.
 
Teria sido simples para filha do faraó, segundo o especialista, colocar um bebê encontrado por ela em uma destas creches.
 
Estudiosos do tema ainda questionam se os hebreus eram de fato escravos neste período do Egito Antigo, pois, além do texto bíblico, não existe provas históricas ou arqueológicas disso.
 
"Havia semitas, alguns dos quais poderiam chamar a si mesmos de hebreus, que faziam parte de grupos de trabalho. Eles não eram propriedade de um indivíduo. Eles viviam em vilarejos de trabalhadores", afirma Carol Meyes, professora de estudos bíblicos da Universidade Duke, nos Estados Unidos.
 
O rabino Burton L. Visotzky, professor do Seminário Teológico Judaico, em Nova York, afirma que, apesar da Bíblia determinar claramente que os hebreus eram escravos que foram libertados, "há muito pouca evidência desta escravidão" além deste texto.
 
"A lição final do (livro bíblico) Êxodo é que a liberdade vem da aceitação da soberania de Deus."

Fonte: BBC Brasil
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